sábado, 27 de setembro de 2008

4ª Maratona BTT CA Messines'08 - S.B.Messines - 11 Outubro 2008 80km


Mais uma maratona aconselhada pelo team M.P.M. que como é obvio mais um ano vai contar com a nossa presença. Inscrições através do site http://www.extremosul.net/ até dia 30 de Setembro.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

1ª Maratona "Rota Sopa da Pedra" Almeirim 80km 21 de Setembro 2008

Mais uma maratona mais uma partecipação do team M.P.M., desta vez foi em Almeirim situado a poucos quilometros de Santarem.
O dia nasceu um pouco humido e ameaçar se chuvoso com algumas pingas que cairam durante a viagem, mas revelou se bastante bom com a comparencia de sol moderado.
O percurso era bastante acessivel com um total de 79.92km, com uma ascensão de cerca de 950metros, quase sempre em estradões muito rolantes, piso em optimas condições.
É de salientar para primeira edição correu tudo muito bem para os cerca de 600 atletas que estiveram presentes para todos os niveis de 25, 40 e 80km. Precurso bem marcado, com dois abastecimentos, o ultimo um pouco tardio mas aceitavel. Secretariado e simpatia dos organizadores convidam a uma proxima partecipação. O almoço não foi dos melhores, mas estava bastanta boa a sandes de porco assado e a sopa da pedra.
Já estao desponiveis as fotos em www.fotodesporto.com onde é possivel fazer uma pesquisa avançada por dorsal (novidade), neste caso os dorsais dos membros M.P.M. são: Paulo Santos 509, Bruno Atalaia 510 e Pedro Cabrito 511.
Espera se agora com brevidade os tempos e posições das classificações gerais a aparecerem no site da organização.


Cumps.

M.P.M. Team

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Mais um apoio ao Projecto M.P.M.

Como já temos vindo a afirmar, apoios de identidades ligadas, ou não, ao BTT é o que se pretende e precisa para ajudar a levar em diante este projecto.
Como tal, é de salientar um novo apoio, Rui Pereira da rpatelier.com, que irá cuidar da imagem do blog e de futuros equipamentos (para breve).

O M.P.M. Team vem, deste modo, agradecer mais um patrocínio.

Fica (ver em baixo) o novo logótipo da equipa que será usado já a partir da próxima época.




Cumps.

M.P.M. Team

Estatisticas Setúbal a Santiago de Compostela

Estatisticas globais da travessia foram muito positivas, ficam aqui os dados:

-704.1km para percorrer as 8 etapas de Setubal a Santiago de Compostela
-752.3km percorridos no total em deslocações locais e no regresso a Setubal
-mais de 3872minutos de viagem ao longo das etapas dos 704.1km percorridos
-mais de 2546minutos a pedalar dentro dos 3872minutos de viagem
-mais de 7759metros de altimetria ao longo das 8 etapas

Podiamos tentar contabilizar os kg de massa e pizza que comemos e os litros de água e coca cola que bebemos mas concerteza seria impossivel.



Cumps.

M.P.M. Team

Conclusão do rescaldo Setúbal a Santiago de Compostela

2ª etapa - 04/08/08 Azambuja a Tomar

Dados da etapa:
Tempo total 8:38:12
Tempo total a andar 5:40:36
Media de Vel. a andar 17.66
Total de Km percorridos 100.59
Total de acumolado 466m

Depois da noite dormida no salão dos Bombeiros Voluntários da Azambuja, deixámos as instalações por volta das 8h, sendo os últimos a abandonar o local. Despedimo-nos do grupo de três espanhóis que seguiam para Fátima, e seguimos caminho rumo a Santarém ao longo da estrada da Vala Real. O percurso foi bastante interessante e ao longo do qual se pôde ver muitas cearas de tomate, plantações de girassol e milho.

Em Valada aproveitámos para tirar umas fotos e apreciar a paisagem, muito bonita por sinal com o Tejo como pano de fundo.

A chegada a Santarém foi a primeira prova de fogo. Com perto de 35km percorridos apanhamos a primeira subida do dia digna desse nome. Aproveitamos e fomos até às Portas do Sol apreciar a paisagem e recuperar forças com umas belas sandes de queijo. De barriga e vistas cheias fomos até ao Governo Civil de Santarém onde obtivemos um carimbo para a credencial. Diga-se que as pessoas que nos receberam foram de uma simpatia sem igual.

Era hora de nos pormos novamente a caminho e eis que somos brindados com um single-track espectacular junto às muralhas exteriores da “Porta do Sol”, no meio de uma densa vegetação. Com a adrenalina em alta seguimos em direcção do Vale de Santarém por onde seguimos durante muitos quilómetros por entre vinhas e cearas de milho, onde aproveitámos para refrescar-mo-nos com os muitos chuveiros de rega que não só regavam o milho como regavam a estrada. O calor a isso obrigava.

Chegados à Golegã foi altura de pararmos numa esplanada para beber umas coca-colas e comer uns gelados para refrescar o corpo e a mente. Depois aproveitámos e fomos obter o carimbo para a credencial junto dos Bombeiros Voluntários da Golegã.

Arrancámos da Golegã com continuação do mesmo tipo de terreno que vínhamos encontrando desde praticamente o início deste segundo dia. A cerca de 20km do fim da etapa começaram a aparecer as primeiras subidas dignas desse nome em “off-road”. Depois de vencidas várias picadas chegamos a uma em que a progressão em cima da bike era praticamente impossível. Mesmo a empurrá-las a tarefa mostrou-se muito árdua devido à muita pedra solta existente no local e à elevada inclinação da subida.

Depois de vencido esse desafio o resto do percurso até Tomar foi relativamente fácil, exceptuando o imenso calor que se fazia sentir ao longo do trilho que ladeava a linha de caminhos de ferro.

A chegada a Tomar foi um alívio. Chegados aos Bombeiros Municipais de Tomar decidimos despachar pelo correio algumas coisas dispensáveis que carregávamos nas mochilas e alforges. Ao todo foram perto de 4kg de material que foi ter a Setúbal via CTT.

Para terminar o dia nada melhor que mais um furo e novamente na bike do Bruno, desta vez na roda de trás.

Mais uma vez foi uma aventura para encontrar-mos um lugar para jantar.

3ª etapa - 05/08/08 Tomar a Coimbra

Dados da etapa:
Tempo total 9:04:02
Tempo total a andar 5:55:14
Media de Vel. a andar 16.18
Total de Km percorridos 96.32
Total de acumolado 1493m

Hoje decidimos sair mais cedo a fim de evitar o calor. O dia amanheceu fresco e nada melhor para aquecer que umas subiditas. Assim que deixamos o alcatrão foi um regalo para olhos as belas paisagens que a memória podia captar. A certa altura o “track” gravado no GPS leva-nos para um caminho completamente fechado pela vegetação e com uma grande inclinação. Demoramos perto de 30 minutos para chegarmos ao topo a lutar contra as silvas que nos impediam de progredir. Chegados ao topo foi altura de curtir a descida. Foi espectacular.

Chegámos a Alvaiázere por volta das 10h30m onde angariamos mais um carimbo na Junta de Freguesia local. Com o carimbo na credencial aproveitámos para tomar o segundo pequeno almoço. O dia mantinha-se fresco, o que sabia muito bem.

Saídos de Alvaiázere o percurso torna-se num sobe e desce constante alternando parte técnicas com outras mais acessíveis. Por volta das 12h30m estávamos a chegar a Ansião onde carimbámos uma vez mais a credencial e aproveitámos para comer uma peça de fruta. A saída de Ansião foi mais do mesmo do percurso desta etapa. Subidas e mais subidas, algumas delas bem puxadas. Voltamos a curtir as descidas, principalmente a que nos levou até junto das ruínas de Conimbriga onde fizemos mais uma paragem estratégica para mais um gelado.

Partimos das ruínas e toca a subir uma vez mais até ao alto de Santa Clara. Pouco tempo depois começamos a descer e sensivelmente a meio da descida paramos para apreciar a vista, pois tínhamos o Mondego e a cidade de Coimbra a nossos pés. Continuamos a descer e quando demos por nós estávamos já no tabuleiro da ponte que liga as duas margens do Mondego. Chegados a Coimbra seguimos através do muito agradável jardim situado à beira do rio em direcção aos Bombeiros Sapadores de Coimbra, onde ficamos alojados com direito a uma camarata só para nós. Acreditem que passar uma noite numa cama acabada de fazer é muito bom.

Esta foi a etapa mais dura até ao momento mas também a mais bonita em termos de paisagem e caminhos.

4ª etapa - 06/08/08 Coimbra a Oliveira de Azemeis

Dados da etapa:
Tempo total 8:03:06
Tempo total a andar 5:41:10
Media de Vel. a andar 16.13
Total de Km percorridos 92.47
Total de acumolado 942m

A etapa começou muito fresca, quase a ameaçar chover. O início coincidiu com a parte final do dia anterior, ou seja, desde os Bombeiros Sapadores de Coimbra até à saída da pote de Santa Clara. A partir daí seguimos pela estrada paralela ao rio e à linha férrea.

Com Coimbra a ficar cada vez mais para trás lá fomos seguindo em direcção à Mealhada utilizando muitas estradas secundárias e alguns caminhos florestais e agrícolas. Chegados à Mealhada fomos até à Câmara Municipal colocar mais um carimbo na credencial e aproveitamos para fazer uma paragem no florido jardim para tomarmos um segundo pequeno-almoço.

Depois do pequeno-almoço tomado seguimos até Águeda maioritariamente por alcatrão sendo uma parte do pecurso com pouco interesse. Chegados a Águeda aproveitámos para almoçar numa esplanada junto ao Rio Vouga. Findo o almoço fomos visitar a Câmara Municipal para mais um carimbo.

Saímos de Águeda e continuamos por alcatrão durante mais uns quilómetros até que entramos no que supostamente seria um caminho florestal no meio de um eucaliptal, mas que mais se assemelhava a um campo de batalha devido às obras de alargamento que estavam a decorrer e que deixou o piso muito traiçoeiro e extremamente poeirento.

Passado pouco tempo estávamos a entrar em Albergaria-A-Velha onde recolhemos mais um carimbo nas instalações da Câmara Municipal. Saímos de Albergaria-A-Velha para a última parte da etapa, que nos levou até à cidade de Oliveira de Azeméis. Durante esta parte do percurso apanhámos um estradão florestal com muitos quilómetros quase sempre a descer e que se mostrou bastante divertido de fazer por ser bastante rápido e com mudanças de direcção constantes. Terminado o estradão estávamos em Albergaria-a-Nova.

De Albergaria-A-Nova até Oliveira de Azeméis foi quase sempre a subir com a inclinação a aumentar gradualmente à medida que os quilómetros para Oliveira de Azeméis iam diminuindo. Chegados a Oliveira de Azeméis dirigimo-nos até aos Bombeiros Voluntários onde ficámos instalados e que nos receberam muito bem. Tivemos como companhia no salão onde dormimos um grupo de caminhantes que iam para Fátima.

5ª etapa - 07/08/08 Oliveira de Azemeis a S. Pedro de Rates

Dados da etapa:
Tempo total 9:20:12
Tempo total a andar 6:17:59
Media de Vel. a andar 16.21
Total de Km percorridos 102.78
Total de acumolado 1342m


Deixamos as instalações dos Bombeiros Voluntários de Oliveira de Azeméis por volta das 7h30m com uma manhã muito envergonhada, com o céu cinzento e a temperatura muito baixa. Com o tempo nestas condições nada melhor que começar o dia a descer para a localidade de Salgueiro, onde chegamos completamente regelados. A partir desta localidade e até chegarmos a S. João da Madeira foi um sobe e desce constante com passagens por ruas em calçada romana muito bem cuidadas e onde as rampas obrigavam a andamentos muito baixos.

Saímos de S. João da Madeira e seguimos até Grijó por um percurso também aqui composto por muito alcatrão com curtas passagens por terra batida só para desenjoar. Chegados a Grijó fomos até à Junta de Freguesia carimbar a credencial. O local onde o edíficio da Junta se encontra é muito apelativo, tendo como vizinho o imponente mosteiro de Grijó. Ainda antes de deixarmos os largo do mosteiro para trás aproveitámos para repor as energias.

Do Grijó seguimos até ao Porto num “piscar de olhos”. Aproveitámos para tirar uns bonecos à zona da Ribeira. Após a sessão fotográfica fomos à Sé para mais um carimbo. A partir daqui a etapa que era das mais curtas tornou-se numa das mais longas. Não sei porque razão deixei de me guiar pelo GPS e passei a seguir as setas amarelas. Até aqui nada de novo. O problema era que as setas que estávamos a seguir eram as do caminho do interior, que passa por Braga, e nós tínhamos por objectivo ir para S. Pedro de Rates, onde ficaríamos alojados no albergue local.

Ora, voltando ao engano, os caminhos eram espectaculares para quem os fazia de bicicleta, com muitas zonas em calçada romana ladeadas por muros de xisto para depois dar lugar a caminhos florestais também eles ladeados pelo mesmo tipo de muros. O problema foi termos chegado a um ponto em que a marcação do caminho era praticamente inexistente. Após algumas opções de caminho por tentativa e erro, lá demos com o percurso certo e voltamos a encontrar as setas amarelas novamente.

Seguindo as setas chegamos à localidade de Lousado. Aqui tomámos a decisão de seguirmos pela estrada que liga a Trofa a Vila do Conde. Na localidade de Vilarinho entrámos novamente no percurso pretendido. O percurso até S. Pedro de Rates foi um misto de alcatrão e caminhos rurais de enorme beleza cénica.

Chegados a S. Pedro de Rates dirigimo-nos ao albergue, o primeiro onde iríamos pernoitar. Esta albergue carrega um peso histórico extraordinário. É um edifício antigo, típico da região, que foi totalmente recuperado e que oferece todas as condições a quem procura um lugar onde passar uma noite descansada.

Devido ao erro à saída do Porto, esta etapa que seria a mais curta, tornou-se na mais longa, mas valeu a pena o erro pelas fantásticas paisagens e caminhos para quem os faz de bike, pelo cocktail de zonas técnicas e descidas alucinantes.

6ª etapa - 08/08/08 S. Pedro de Rates a Valença

Dados da etapa:
Tempo total 9:46:22
Tempo total a andar 5:42:43
Media de Vel. a andar 14.61
Total de Km percorridos 86.59
Total de acumolado 1321m


Saímos do albergue de S. Pedro de Rates perto das 8h e começamos logo a subir para aquecer. Dirigimo-nos a Barcelos por caminhos rurais e algum (pouco) alcatrão. O cheiro que se sentia no ar a esta hora da manhã era muito agradável, e que me fez recordar as férias de natal que passava na casa dos meus avós. A beleza dos caminhos era impressionante.

Chegamos a Barcelos num ápice e dirigimo-nos ao edíficio da Câmara Municipal, com uma estética muito agradável e uma decoração interior muito colorida, não sem antes ter tirado umas fotos ao Rio Cávado. Depois de obtido o carimbo percorremos as ruas de Barcelos, pelas quais havia uma exposição de Galos de Barcelos com decorações efectuadas por vários artistas plásticos, o que deu um colorido especial.

De Barcelos seguimos para Balugães quase sempre por caminhos rurais, ladeados por grandes extensões de cearas de milho e de vinhedos. Pouco antes de chegarmos a Balugães passamos por uma lagoa de água cristalina que convidava muito a uma pausa para um banho. Lá encontrámos um grupo de peregrinos italianos que estavam a fazer o Caminho Português a pé. Quando deixámos a lagoa, veio ao nosso encontro um habitante local que soube da presença de peregrinos junto da lagoa e que queria tirar umas fotografias aos peregrinos. Depois da sessão fotográfica improvisada seguimos para Balugães onde fomos tomar o pequeno-almoço numa taberna local. Com a barriga cheia continuámos o caminho que passava literalmente pelos quintais dos habitantes locais e que nos incentivavam a seguir o “Caminho” sempre com um sorriso nos lábios. A 2km de Ponte de Lima encontrámos um vendedor ambulante a vender fruta. Aproveitámos e compramos umas maçãs e umas peras que eram uma delícia.

A passagem por ponte de Lima foi fugaz. Tirámos umas fotos e seguimos caminho. Pouco tempo depois de sairmos de Ponte de Lima entramos num trilho que seguia ao longo de uma ribeira em que a progressão era dificultada pelo avanço das silvas que jé cobrem uma grande parte do trilho. A vista é fantástica mas a progressão difícil.

Junto à localidade de Regatal Costa voltamos a encontrar uma lagoa e desta vez não perdoamos e fomos mesmo ao banho. Uma água cristalina e muuuuiiiiitttttoooooo fria. Dar o mergulho foi um acto de coragem, pois a cada passo que dávamos a parte do corpo em contacto com a água gelava quase instantaneamente.

Depois de dado o primeiro mergulho a vontade de continuar era enorme mas, esperava-nos ainda a pior parte do percurso. A “famosa” subida à Cruz dos Mortos na Serra da Labruja. A parte inicial já se mostrava complicada com uma inclinação de respeito e muita pedra solta a ajudar à festa, mas sempre ciclável, até que chegamos à afamada subida. A progressão em cima da bicicleta era impossível e mesmo a pé a tarefa não se mostrava fácil. Foi uma subida desgastante para os três elementos. O Bruno e o Pedro alternavam entre levar a bike às costas e a empurrá-la encosta acima. Eu (Paulo) tive que empurrá-la sempre pois os alforges não permitiam que a levasse de outra forma.

Chegados ao fim da subida foi altura de apreciar a paisagem e tirar umas fotos. A partir daqui e até Valença o percurso foi bastante rápido com descidas algo perigosas devido ao declive acentuado e à quantidade de cascalho que cobria a descida.

Chegados a Valença dirigimo-nos ao albergue de S. Teotóneo e ficamos surpreendidos com o que vimos. Um edifício novo com todas as comodidades que se possam pensar e muito acolhedor. Assim como a simpatia de quem nos recebeu. Depois de já estarmos instalados chegou um grupo de 16 escuteiros italianos, o que foi suficiente para o albergue se tornar numa grande confusão.


7ª etapa - 09/08/08 Valença a Padrón

Dados da etapa:
Tempo total 9:20:27
Tempo total a andar 6:21:31
Media de Vel. a andar 15.76
Total de Km percorridos 100.86
Total de acumolado 1231m


Saímos de Valença às 6h45m com muito frio e céu encoberto que mais parecia que estávamos em pleno Inverno. Poucos minutos depois já estávamos a atravessar a ponte que liga as duas margens do Rio Minho, ou seja, que liga Portugal e Espanha. As primeiras fotos em solo espanhol foram tiradas junto ao marco do Caminho Português, o qual indicava que estávamos a 115,454km do nosso objectivo.

Ao chegarmos aos primeiros caminhos fora de estrada encontrámos um aviso a ter muito em conta, principalmente para os peregrinos a pé. Estávamos em terrenos habitados por cobras venenosas, mais propriamente Víboras (que também existem do lado de cá da fronteira).

Seguiu-se a zona industrial de Porriño. Em todo o percurso foi a parte mais desinteressante visto tratar-se de uma longa recta com fábricas e mais fábricas. Passada esta parte chegamos a Porriño por volta das 9h onde aproveitámos para tirar umas fotos.

Entre Porriño e Redondela o percurso foi maioritariamente em asfalto. Em Redondela tentámos obter um carimbo no albergue mas sem efeito. O albergue só abria às 13h e não podíamos ficar 2h30m parados. Então resolvemos seguir caminho até Pontesampaio. Esta parte do caminho valeu a pena principalmente pela fantástica vista sobre a Ria de Vigo. Não há palavras nem fotografias que descrevam como deve ser o que nós observámos e retivemos na memória.

Antes de chegarmos a Pontesampaio encontrámos uma senhora de espírito jovem apesar da idade já ser considerável. Estivemos uns minutos à conversa com ela. Contou-nos que já tinha feito o caminho até Santiago algumas vezes e deu-nos informações aobre alguns locais e dificuldades que íamos encontrar. Houve uma palavra que a senhora disse e que nos deixou alerta. Deixámos a simpática senhora e lá nos pusemos a caminho. Poucos minutos depois já tínhamos atravessado Pontesampaio.

Com Pontesampaio para trás seguimos por alcatrão até atravessarmos a ponte sobre o Rio Ulló. A partir daqui foi sempre a subir. De início sem problemas de maior, mas passado pouco tempo veio-nos à memória a imagem da subida à Cruz dos Mortos na Serra da Labruja em que tivemos que empurrar as bikes rocha acima. Estávamos a passar novamente pelo mesmo, mas numa extensão mais curta. De repente lembrei-me do que a simpática senhora que tínhamos encontrado nos disse: «Vocês têm de carregar com a bicicleta a pé naquele “Montito”». Pois este era o “Montito” a que a jovem se referia. Durante esta parte da subida o Bruno tentou mostrar como é que se subia em cima da bike mas, morreu na praia com um meio OTB, e para mais tarde recordar o momento ficou registado em vídeo. Acabada a subida seguimos durante muito tempo rodeados de cearas de milho que faziam realçar ainda mais o verde dos campos.

Quando chegámos a Pontevedra somos recebidos por um festival de folclore com as ruas cheias de pessoas com os trajes tradicionais a emprestarem um vasto colorido à já de si colorida cidade de Pontevedra. Foi um regalo para os olhos.

Deixamos pontevedra para trás através da bela ponte medieval. Poucos quilómetros depois entramos em mais uma zona muito bonita. Um caminho que era constantemente atravessado por pequenos fios de água de várias nascentes situadas do nosso lado direito e que convergiam para o pequeno ribeiro à nossa esquerda. Depois foi um alternar entre estradas de asfalto e terra batida, mas em qualquer dos casos o verde era a cor dominante.

Quando demos por nós estávamos em Caldas de Reis. Aproveitamos e fizemos uma paragem junto ao posto da polícia local onde obtivemos mais um carimbo para a credencial e apreciar a vista sobre as quedas de água do Rio Umia.

Deixamos Caldas de Reis para trás e já só nos faltavam cerca de 15km até Padrón. E que 15km fantásticos. De início sempre a ganhar altitude embora suavemente até que chegámos à altura de descer. E que descida. E que vistas. Simplesmente fabuloso. A descida consistia num caminho razoavelmente largo em gravilha com um encadeado de curvas muito interessante e com os regos criados para escoar as águas das chuvas a “obrigar” a saltá-los. A paisagem era a de um vale profundo de floresta densa o que proporcionou uma frescura imensa. No fim da descida fizemos uma pausa para podermos absorver na memória tudo o que tínhamos visto e passado. E tempo para mais umas fotos.

Até Padrón foi um tiro. Em pouco tempo estávamos junto ao albergue, mas já era tarde demais para lá podermos ficar. Estava completamente lotado. Como alternativa havia o pavilhão polidesportivo local e foi lá que passámos a noite juntamente com mais uns quantos peregrinos tanto de bicicleta com a pé.

8ª etapa - 10/08/08 Padrón a Santiago de Compostela

Dados da etapa:
Tempo total 1:42:31
Tempo total a andar 1:36:26
Media de Vel. a andar 15.79
Total de Km percorridos 25.46
Total de acumolado 486m

Saímos de Padrón às 7h (espanholas) e para não variar, o frio era mais que muito e ameaçava chover a qualquer momento. Felizmente ficou-se só por uma pingas para abençoar o que restava do caminho. De início desenrolou-se em alcatrão e apreciamos as serras “cortadas” a meio pelas nuvens.

Até aos 10km o caminho foi sempre plano. A partir daí foi quase sempre a subir embora a inclinação não fosse muita. Cruzámos com muitos grupos de peregrinos, alguns deles portugueses, o que permitiu “desenferrujar” a língua.

Depois de 18km percorridos estávamos em Milladoiro e já se avistava Santiago de Compostela. Entre nós e Santiago havia um enorme vale. A chegada não iria ser pêra doce. Começamos a descer, primeiro em alcatrão e depois em terra batida e para finalizar um espectacular single-track que só dava vontade de repetir. Ora, agora era sempre a subir por alcatrão até Santiago e depois até à Plaza del Obradoiro.

Quando entramos nas ruelas de Santiago não foi necessário prestar atenção às setas e ao GPS. Bastava ver as pessoas, todas convergiam para o mesmo local, tal como um carreiro de formigas a caminho da colónia.

A chegada à Plaza del Obradoiro foi indescrítivel. Primeiro um arrepio na espinha perante a imponência da catedral e a quantidade de pessoas que lá estavam, entre elas muitos portugueses, os quais saudei com um vigoroso “BOM DIA”. Depois foi a sensação de dever cumprido.

Enquanto estávamos na praça chega um enorme grupo de peregrinos (perto de 50) que tinham feito o Caminho Francês e que entrou na Plaza del Obradoiro a cantar e acompanhados pelo soar dos tambores. Novamente voltei a ser invadido por um arrepio na espinha. Fiquei fascinado com o que estava a observar. Entraram na praça e formaram um círculo e por lá continuaram durante longos minutos a tocar, cantar e dançar. Muito bonito. Não tenho outras palavras para descrever o momento.

Tiradas as fotos da praxe, o Pedro e o Bruno foram tratar da Compostela e eu fiquei a tomar conta das bicicletas. Poucos minutos depois chega o Bruno para me ajudar a levar as montadas devido à quantidade de pessoas que já se encontravam na fila para a Oficina do Peregrino. Estivemos perto de duas horas na fila e finalmente temos a Compostela em nosso poder.

O Regresso

Com o tempo “perdido” na obtenção da Compostela no oficina do Peregrino perdemos a oportunidade de chegar a Lisboa perto da meia-noite. Agora restava-nos uma longa espera. Apanhámos o comboio para Vigo e por lá almoçámos e demos umas voltas para conhecer um pouco a cidade.

Apanhámos o comboio de Vigo para o Porto às 19h45m. Foi pena parte desta viagem ter sido feita já de noite porque a linha férrea passa por locais muito belos. Chegámos ao Porto perto das 22h e tínhamos muito que esperar. O comboio que nos levaria até Lisboa só partia perto da 1h30m. Assim, aproveitámos para “jantar” e para começar a colocar as memórias desta travessia no papel.

Era 1h e eis que chega o nosso comboio. Toca a dirirmo-nos a ele e arrumar as bicicletas em condições. Arranjar estava complicado. A esta hora o pessoal instala-se de qualquer maneira. A viagem foi feita a “fazer contas de cabeça”.

Chegámos a Lisboa pouco faltava para as 6h. Saímos de Stª Apolónia e fomos directos ao Terreiro do Paço onde fomos apanhar o barco para o Barreiro. No Barreiro tirámos a última foto de grupo, pois o Pedro ficava logo por lá. Eu e o Bruno ainda tínhamos que seguir até Setúbal. Despedimo-nos do Pedro e lá seguimos em direcção a Setúbal. Durante o caminho ainda apanhámos umas gotas pelo caminho para refrescar as ideias. Pouco mais de uma hora depois de sairmos do Barreiro estávamos em Setúbal. Seguimos cada um para seu lado e com a sensação de dever cumprido.

PARA O ANO HÁ MAIS.

Cumps.

M.P.M. Team