terça-feira, 24 de novembro de 2009

3º CR/XCO QVG Bike Team (Barreiro)

Realizou-se no Domingo, 22 de Novembro, a terceira edição do Contra-Relógio/XCO organizado pelo grupo QVG Bike Team do Barreiro. O contra-relógio estava reservado aos atletas mais novos incluídos nas categorias de Escolinhas, Infantis e Iniciados. A prova de XCO estava reservada para os atletas dos escalões Cadetes, Juniores, Sub-23, Elites, Veteranos A e Veteranos B.

A prova de contra-relógio desenvolveu-se num percurso de aproximadamente 500 metros, onde os atletas do escalão Escolinhas tiveram de percorrer duas voltas, três voltas para o escalão de Infantis e quatro voltas para o escalão de Iniciados.

Classificações do contra-relógio:

Escolinhas Femininos:
1º - Ana Cruz - QVG Bike Team - 6m27s
2º - Ana Torres - QVG Bike Team - 7m18s

Escolinhas Masculinos:
1º - Bernardo Safaneta - VBBikes - 4m46s
2º - Rafael Oliveira - Individual - 6m35s
3º - Carlos Rodrigues - QVG Bike Team - 9m48s

Infantis Femininos:
1º - Joana Correia - VBBikes - 6m06s
2º - Ana Rodrigues - QVG Bike Team - 9m56s

Infantis Masculinos:
1º - César Sequeira - Individual - 6m07s
2º - Fábio Teixeira - Individual - 8m05s
3º - José Rosado - QVG Bike Team - 8m07s

Iniciados Femininos:
Não houve concorrentes

Iniciados Masculinos:
1º - Diogo Falcato - CNAlvito - 7m39s
2º - Hugo Palhais - CNAlvito - 7m54s
3º - José Moço - CNAlvito - 8m00s


A prova de XCO decorreu num percurso muito interessante tanto técnica com fisicamente, onde tinha de tudo um pouco. Uma extensa recta logo a seguir à linha de partida, para que não houvesse grandes confusões entre os atletas, singles com um grau técnico já considerável, subidas com inclinações respeitosas, muita lama, alguma areia, ou seja, tudo ingredientes para um excelente circuito de XCO.

Comecei a prova um pouco apreensivo pois não tive tempo de fazer um reconhecimento do percurso, pelo que a primeira volta foi de aprendizagem. Na primeira volta tive o primeiro percalço, na zona mais enlameada, a escolha da trajectória não foi a melhor e a roda de trás derrapou-me pelo que fiquei deitado a ver o pessoal a passar. Foi tempo de levantar-me e tentar recuperar posições. Eis que chego à subida mais complicada do circuito, subida esta em que não compensava muito fazê-la toda montado, pois o desgaste fisíco era bem superior do que fazê-la a pé já que apresentava uma curva a 180º com o piso muito solto. Passada esta parte voltavam novamente os singles, este com um pinheiros ou eucalipto (não reparei bem que árvore era) de mãos dadas com o single, como que a querer um abraço de alguem menos afoito. Seguiu-se um pouco de alcatrão que largava-se uns metros mais adiante para a zona que para mim era mais cansativa. Uma subida com um terreno incrivelmente pesado, onde mais uma vez a medida 2,25 dos meus pneus não é de todo a mais indicada. Passada esta zona, era novamente altura de diversão, com um single em que a entrada para o mesmo era feita em grande velocidade e que depois tinha uma sucessão de curvas que se faziam sempre em grande velocidade. Entrava-mos seguidamente na parte de recuperação, onde seguia-mos por um estradão a descer que permitia recuperar um pouco o fôlego. Findo o estradão era altura de virar à direita (nesta curva cometi o mesmo erro por duas vezes, que foi entrar com excesso de confiança e a roda da frente resvalar, tendo na primeira vez perdido muito tempo, pois seguia com uma transmissão algo pesada) e entrar num single a subir com algumas mudanças de direcção mais apertadas. Passado a zona deste single entravasse numa zona de grande velocidade novamente, com uma sucessão de curvas e contra-curvas apertadas que culminava com uma descida curta mas inclinada e cheia de regos de água. Daqui era subir até à zona de meta.

No geral, posso dizer que a minha participação foi bastante positiva, tendo terminado em 2º lugar dos escalão Elites e mesma posição na geral.


Classificações do XCO (só compareceram atletas masculinos. As meninas desta vez ficaram em casa):

Cadetes (3 voltas):
1º - Ricardo Laia - A.C.Fidalbike - 0h53m41s
2º - Tomás Araújo - Individual - 0h58m20s

Júniores (4 voltas):
1º - Fábio Torres - QVG Bike Team - 0h56m37s
2º - Fábio Abreu - Individual - 1h02m23s
3º - Tiago Bernardo - Individual - 1h35m17s

Sub-23 (5 voltas):
1º - João Rosa - G.D. Volta da Pedra - 1h18m20s
2º - Ricardo Reis - QVG Bike Team - 1h20m38s
3º - Tiago Correia - VBBikes - 1h23m28s

Elites (5 voltas):
1º - Marco Meira - VBBikes - 1h13m32s
2º - Paulo Santos - Projecto MPM - 1h16m10s
3º - Pedro Correia - CicloPinhal - 1h17m41s


Veteranos A (4 voltas):
1º - António Valadas - VBBikes - 0h56m12s
2º - José Castelo - QVG Bike Team - 0h57m30s
3º - Nuno Patrício - CNAlvito - 0h57m37s

Veteranos B (3 voltas):
1º - Miguel Mestre - Superbikes - 0h45m38s
2º - António Sequeira - Rodas de São Mamede - 0h48m53s
3º - Joaquim Patrício - CNAlvito - 0h56m37s

Challenge Series #4 - Tomada dos Fortes

Realizou-se no passado Sábado, dia 14 de Novembro, a 4ª etapa da Challenge Series, desta feita organizada pelos nossos companheiros de pedaladas Grupo BTT Todos No Trilho (TNT-CPCD).
O levantamento do dorsal foi rápido e quando pensava que não iria receber ofertas nenhumas (pois tratou-se de um evento à borla), eis que sou surpreendido com um saquinho com umas fitas porta-chaves e uns quantos folhetos publicitários. Junto ao secretariado estava à disposição dos participantes uma longa mesa com muito por onde escolher para que ninguém arrancasse para o percurso de barriga vazia (mais uma vez também não estava a contar com isto, visto que o custo foi 0€.


O início do Challenge deu-se por volta das 8h20, depois de um breve brieffing onde fomos alertados para o que nos esperava neste longo dia de BTT. O início de pedaladas decorreu por alcatrão para aquecermos a máquina. Passados poucos minutos estávamos a entrar em contacto com a terra. O primeiro contacto foi como que uma premonição do que iríamos encontrar durante os primeiros quilómetros. Terreno pesado, com barro que se agarrava literalmente aos pneus e que teimava em não os abandonar.

Por volta dos 12/13 km's o percurso seguia por uma subida em que já não bastava o barro super aderente, ainda continha muita gravilha, o que foi uma combinação excelente para criar pneus sobredimensionados e de peso excessivo. Foi nessa subida que cheguei à conclusão que o setup de pneus que estou a utilizar não é o mais aconselhado para esse tipo de pisos, pois a medida 2,25 deixa muito pouco espaço livre entre o pneu e o quadro/suspensão, levando a que as rodas bloqueiem muito facilmente. Durante umas centenas de metros tive de carregar com a bicicleta às costas, pois já nem a empurrar ela queria andar de tão presas que as rodas estavam. Durante essa caminhada pensei seriamente em apanhar a estrada de alcatrão e rumar ao ponto de partida, mas ainda bem que não o fiz. Pouco depois de passar essa zona complicada deparo-me com uns colegas de pedaladas que estavam a lavar as suas bikes com uma mangueira gentilmente cedida pelo dono de um café, e então aproveitei a onda e lavei também a minha.
Depois de lavada e lubrificada estava na hora de seguir caminho, e foi sempre a curtir. Com medo que houvesse mais zonas com a mistura explosiva de barro e gravilha, aumentei um pouco mais o ritmo para que não voltasse a ter os mesmos problemas, pois com uma rotação mais elevada das rodas o barro já não agarrava tanto.

foto da autoria de Diogo Mota

Excusado será dizer que o percurso era um sobe e desce constante, onde tão depressa estava a subir uma parede enorme numa relação 22x32 como no momento a seguir estava a curtir um single a alta velocidade. Era um autêntico desafio às capacidades físicas, técnicas e psicológicas de cada um.
Sempre que chegava a um topo, normalmente havia por lá um forte, uns melhor conservados, outros nem por isso.

Quando cheguei à zona de Loures já sabia que o percurso seria mais suave, onde aproveitei para descansar um pouco as pernas, já que rolou-se durante largos quilómetros na Várzea de Loures quase sempre no plano. Chegado a Sacavém, entro numa parte já minha conhecida, pois pertence ao Caminho de Fátima/Santiago de Compostela. Foi um prazer recordar aqueles trilhos junto à margem esquerda do Trancão, encontrando novamente os cavalos à solta como quando fui para Santiago. Foi um reviver de emoções jamais esquecidas.
A última subida do dia levou-me até ao Parque Urbano de Santa Iria da Azóia, um espaço muito agradável e com boas condições para se passar um dia descansado. Daqui foi seguir quase sempre a descer até à Póvoa de Santa Iria, em que os últimos quilómetros foram feitos a um ritmo elevado, apesar dos mais de 90 quilómetros percorridos e os mais de 2500 metros de subida acumulada que as pernas já contavam.
A chegada ao Jardim da Quinta da Piedade foi em grande e com a sensação de ter cumprido mais um desafio a que me tinha proposto e sem quedas e sem avarias mecânicas, o que é sempre salutar.


A organização continuava a dispor da mesa com muitas frutas, líquidos e bolos para que à medida que os participantes fossem chegando, fossem repondo algumas energias. Para quem quisesse havia a oportunidade para lavar as bikes e tomar um banho retemperador. Por mim, lavar a bike dispensei, mas não dispensei o banho, embora água estivesse fria, soube bem na mesma.
Aproveito para agradecer a extrema simpatia de todos os membros do TNT-CPCD, que se mostraram incansáveis em proporcionar um excelente dia de BTT a todos quantos aceitaram o desafio por eles lançado.

domingo, 1 de novembro de 2009

Volta ao reino do algodão

No último dia de Outubro fui dar uma voltinha para descomprimir um bocado. Inicialmente tinha previsto uma volta relativamente curta pela nossa Arrábida, mas com o desenrolar dos quilómetros a ideia foi-se alterando.

Saí de casa cerca de 9h e não se via um palmo à frente dos olhos tal era o nevoeiro que se fazia sentir. Comecei a rolar suavemente até Palmela, onde tive o primeiro contacto com o reino do Algodão, embora que ainda meio tímido. Resolvi subir os moinhos e aqui apanho com um passeio organizado por não sei bem quem, mas que eram muitos, lá isso eram. Segui em direcção ao Cai de Costas, e quando estou mesmo no topo chegou a comprovação de que estava a entrar oficialmente no dito reino.
Para onde quer que olhasse o que se via era o que a imagem mostra. As localidades que se costumam observar num dia limpa pura e simplesmente tinha sido engolidas pelo reino do algodão.

Deixei o Sobe e Desce e segui em direcção ao Moinho dos Cucos, para depois rumar ao Parque de Campismo do Barreiro, onde abasteci de água. Daqui acabei por subir o resto do estradão até apanhar a descida que dá acesso ao portão interior do CEADA. Daqui sigo para o Parque de Merendas do Alambre, donde rumei até às proximidades da Aldeia da Piedade. Ora estando aqui e estando perto das Terras do Risco, nem pensei duas vezes, indo já com ela fisgada de subir até à Varanda e apreciar a paisagem. Qual não é o meu espanto quando vejo a enorme imensidão deste reino de algodão, qualquer coisa como mais de 20.000 léguas.

O que outrora seria o Oceano Atlântico, hoje era um tapete de algodão.

A Cube também quis aparecer na fotografia, a primeira foto oficial dela no terreno.

Depois se ter arregalado a vista pensei "já que estou tão perto de Sesimbra vou lá fazer o single do Castelo". Se assim o pensei ainda mais de pressa me pus a caminho, e quando dei por mim, já estava no castelo, onde mais uma vez pude comprovar a imensidão do reino de algodão. Também chegava até estas paragens. Ora como os castelos ficam no topo dos montes, para sair de lá teria de ser a descer, e então o melhor é aproveitar o single da melhor maneira, e decidi ir até Sesimbra.

Já em Sesimbra, que fica mesmo lá no fundo, para de lá sair tinha de ser forçosamente a subir, e como os pneus 2.25 são um tanto ou quanto incompatíveis com o alcatrão, resolvi subir em direcção às pedreiras. Já quase no topo deu mais uma vez para comprovar a dimensão do reino de algodão.


Quando cheguei à estrada de alcatrão no Zambujal tinha duas opções, ou virava à direita e seguia para casa, ou virava à esquerda e ia comer um bifana ao Cabo Espichel. Ora, como estava já com uma traça dos diabos, fui até ao Cabo. Segui sempre que possível o mais encostado às falésias até chegar ao Farol do Espichel. Do outro lado encontrava-se o Santuário da Nossa Senhora do Cabo, onde aos fins-de-semana podemos encontrar as míticas bifanas, à venda nas roullotes de comes e bebes. Marchou uma bifaninha simples com uma Cola fresquinha, o que veio mesmo a calhar.

Já se fazia sentir o adiantado da hora quando de lá saí e segui pelas arribas até ao Meco, de onde depois optei por seguir em direcção a Alfarim, para daí rumar a casa, tendo sido a parte do percurso onde apanhei mais alcatrão. Cheguei a Santana e segui em direcção à aldeia das Pedreiras, para apanhar o estradão até Casais da Serra, onde lá cheguei só depois de passar mais uma vez pelas Terras do Risco, que são sempre agradáveis de se pedalar.

Depois de Casais da Serra foi o costume, estradão até ao Parque de Campismo do Barreiro, daqui pela estrada dos Picheleiros até ao cruzamento da Rasca para finalizar com o encanto da Comenda, que a esta hora (cerca das 15h) podia dizer que era só minha, completamente diferente do rebuliço das manhãs dos fins-de-semana. Na Comenda fiz uma última paragem para abastecer de água e segui até Setúbal onde cheguei com 6h20m de aventura (5h50 a pedalar) com 113 kms percorridos e um total de subidas acumuladas de 2200 metros. E eu que quando saí de casa tinha pensado em fazer só 30/40 kms.

Agora que venha o Challenge da Tomada dos Fortes.