terça-feira, 24 de novembro de 2009

Challenge Series #4 - Tomada dos Fortes

Realizou-se no passado Sábado, dia 14 de Novembro, a 4ª etapa da Challenge Series, desta feita organizada pelos nossos companheiros de pedaladas Grupo BTT Todos No Trilho (TNT-CPCD).
O levantamento do dorsal foi rápido e quando pensava que não iria receber ofertas nenhumas (pois tratou-se de um evento à borla), eis que sou surpreendido com um saquinho com umas fitas porta-chaves e uns quantos folhetos publicitários. Junto ao secretariado estava à disposição dos participantes uma longa mesa com muito por onde escolher para que ninguém arrancasse para o percurso de barriga vazia (mais uma vez também não estava a contar com isto, visto que o custo foi 0€.


O início do Challenge deu-se por volta das 8h20, depois de um breve brieffing onde fomos alertados para o que nos esperava neste longo dia de BTT. O início de pedaladas decorreu por alcatrão para aquecermos a máquina. Passados poucos minutos estávamos a entrar em contacto com a terra. O primeiro contacto foi como que uma premonição do que iríamos encontrar durante os primeiros quilómetros. Terreno pesado, com barro que se agarrava literalmente aos pneus e que teimava em não os abandonar.

Por volta dos 12/13 km's o percurso seguia por uma subida em que já não bastava o barro super aderente, ainda continha muita gravilha, o que foi uma combinação excelente para criar pneus sobredimensionados e de peso excessivo. Foi nessa subida que cheguei à conclusão que o setup de pneus que estou a utilizar não é o mais aconselhado para esse tipo de pisos, pois a medida 2,25 deixa muito pouco espaço livre entre o pneu e o quadro/suspensão, levando a que as rodas bloqueiem muito facilmente. Durante umas centenas de metros tive de carregar com a bicicleta às costas, pois já nem a empurrar ela queria andar de tão presas que as rodas estavam. Durante essa caminhada pensei seriamente em apanhar a estrada de alcatrão e rumar ao ponto de partida, mas ainda bem que não o fiz. Pouco depois de passar essa zona complicada deparo-me com uns colegas de pedaladas que estavam a lavar as suas bikes com uma mangueira gentilmente cedida pelo dono de um café, e então aproveitei a onda e lavei também a minha.
Depois de lavada e lubrificada estava na hora de seguir caminho, e foi sempre a curtir. Com medo que houvesse mais zonas com a mistura explosiva de barro e gravilha, aumentei um pouco mais o ritmo para que não voltasse a ter os mesmos problemas, pois com uma rotação mais elevada das rodas o barro já não agarrava tanto.

foto da autoria de Diogo Mota

Excusado será dizer que o percurso era um sobe e desce constante, onde tão depressa estava a subir uma parede enorme numa relação 22x32 como no momento a seguir estava a curtir um single a alta velocidade. Era um autêntico desafio às capacidades físicas, técnicas e psicológicas de cada um.
Sempre que chegava a um topo, normalmente havia por lá um forte, uns melhor conservados, outros nem por isso.

Quando cheguei à zona de Loures já sabia que o percurso seria mais suave, onde aproveitei para descansar um pouco as pernas, já que rolou-se durante largos quilómetros na Várzea de Loures quase sempre no plano. Chegado a Sacavém, entro numa parte já minha conhecida, pois pertence ao Caminho de Fátima/Santiago de Compostela. Foi um prazer recordar aqueles trilhos junto à margem esquerda do Trancão, encontrando novamente os cavalos à solta como quando fui para Santiago. Foi um reviver de emoções jamais esquecidas.
A última subida do dia levou-me até ao Parque Urbano de Santa Iria da Azóia, um espaço muito agradável e com boas condições para se passar um dia descansado. Daqui foi seguir quase sempre a descer até à Póvoa de Santa Iria, em que os últimos quilómetros foram feitos a um ritmo elevado, apesar dos mais de 90 quilómetros percorridos e os mais de 2500 metros de subida acumulada que as pernas já contavam.
A chegada ao Jardim da Quinta da Piedade foi em grande e com a sensação de ter cumprido mais um desafio a que me tinha proposto e sem quedas e sem avarias mecânicas, o que é sempre salutar.


A organização continuava a dispor da mesa com muitas frutas, líquidos e bolos para que à medida que os participantes fossem chegando, fossem repondo algumas energias. Para quem quisesse havia a oportunidade para lavar as bikes e tomar um banho retemperador. Por mim, lavar a bike dispensei, mas não dispensei o banho, embora água estivesse fria, soube bem na mesma.
Aproveito para agradecer a extrema simpatia de todos os membros do TNT-CPCD, que se mostraram incansáveis em proporcionar um excelente dia de BTT a todos quantos aceitaram o desafio por eles lançado.

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